Utilização de técnicas de geoestatística e mapeamento digital, com o emprego de quantidades de covariáveis ambientais, permitiram uma perfeita estratificação e representação da diversidade do estado sul-matrogrossense.
Na última sexta-feira (15), o chefe de pesquisa da Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ) e coordenador do Projeto de Zoneamento Agrológico do Estado do Mato Grosso do Sul, Silvio Bhering, na presença dos pesquisadores da equipe do projeto, realizou a entrega dos resultados do trabalho, que contempla o zoneamento do estado para cerca de 20 culturas, entre grãos, oleaginosas e arbóreas, para o Secretário de Estado do Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, o Secretário-Executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Rogério Beretta, e demais membros da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) .
Na oportunidade, discorreu da importância e impacto do trabalho, apresentou resultados, perspectivas de desafios futuros, além de exibir inovações e avanços técnicos e metodológicos avançados nos estudos, como a utilização de técnicas de mapeamento digital e desenvolvimento do aplicativo de navegação e coleta de dados, ambos em parceria com a equipe do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM). Também lembrou da importância das parcerias com a Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados-MS) e o apoio da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS) para a realização dos estudos.
Na oportunidade, o secretário Jaime Verruck e o secretário-executivo Rogério Beretta demonstraram interesse com os resultados obtidos e com o potencial dos estudos para o planejamento do desenvolvimento sustentável do estado e determinaram à equipe da Semadesc a construção de novas iniciativas que possam contribuir para superar desafios de produção sustentável no estado.
Ao longo dos últimos cinco anos, em meio a uma pandemia, uma equipe da Embrapa Solos e parceiros se dedicou a realizar esse enorme desafio, unificou os estudos realizados nas décadas dos anos 2000 e 2010, além de rodar mais de 100 mil milhas por todo o estado, realizou mais de 2.500 novas avaliações de solos, sempre em parceria com a equipe da Semadesc, que foi capacitada durante todo o projeto.
Segundo o pesquisador da Embrapa Solos, Nilson Rendeiro, um dos pesquisadores que se dedica desde o início do projeto e coordenador dos estudos de campo, o desafio foi gigante, com muitas dificuldades e boas histórias, mas muito compensador, dando a oportunidade de uma equipe conhecer em detalhes toda a diversidade ambiental e o potencial do estado, corroborado pelos pesquisadores da Embrapa Solos, Enio Fraga e José Ronaldo Macedo, que conduziram os estudos de hidropedologia na última etapa.
Waldir de Carvalho, pesquisador da Embrapa Solos e responsável pelo delineamento amostral adotado para unificação dos estudos já realizados e pelos estudos da Fase 3 e do processamento final, afirma que a utilização de técnicas de geoestatística e mapeamento digital, com o emprego de quantidades de covariáveis ambientais, permitiram uma perfeita estratificação e representação da diversidade do estado.
Silvio Bhering, que contribuiu para o desenvolvimento dos aplicativos de navegação e coleta de dados, declarou que essas iniciativas viabilizaram a localização perfeita dos pontos de visita pré-definidos, assim como otimizaram toda a navegação e coleta de dados, sendo um dos principais resultados do projeto , hoje em uso por outras equipes da Embrapa Solos em diferentes projetos.
De acordo com os pesquisadores Evaldo Lima (Embrapa Solos), que desenvolveu os estudos de erosividade das chuvas para o estado, Eder Comunello (Embrapa Agropecuária Oeste) e Alexandre Ortega (Embrapa Solos), que conduziram os estudos climáticos, o programa de estações agrometeorológicas , um dos projetos estruturantes da Semadesc vai possibilitar avanços significativos nas melhorias ao longo do tempo.
O Mapa de Água Disponível para o Estado do Mato Grosso do Sul foi uma entrega de enorme impacto e contorno com a cooperação do pesquisador da Embrapa Solos, Wenceslau Teixeira, que utilizou como base as unidades de mapeamento do Mapa de Solos em sua 1ª aproximação e o catálogo de água disponível no Boletim de Pesquisa nº 282 da Embrapa Solos e as classes de água disponíveis no zoneamento de risco climático.
Segundo o pesquisador César Chagas (Embrapa Solos), responsável pelo mapeamento de solos, ainda em sua primeira aproximação, foram utilizados cerca de 3.000 pontos de descrição e coleta de solos, que geraram quase cinco mil polígonos no mapa de solos em cerca de 500 diferentes unidades de mapeamento. Ressalta, ainda, a importância e a qualidade das determinações analíticas realizadas pelos Laboratórios de Solo, Água e Planta da Embrapa Solos.
Segundo os pesquisadores Silvio Bhering e Gustavo Vasques, da Embrapa Solos, as interpretações agropedoclimáticas realizadas para a elaboração do zoneamento foram calcadas nas características e propriedades dos solos indicadas nos estudos de mapeamento de solos e nos critérios técnicos das portarias do ministério da agricultura para as culturas do zoneamento de risco climático.
A organização e disponibilização dos dados geoespaciais do projeto é de responsabilidade de Ricardo Dart, coordenador do Laboratório de Geoprocessamento da Embrapa Solos. Segundo o analista, todas as informações foram fornecidas, e os produtos cartográficos gerados Seguem os padrões da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE) e estão disponíveis na infraestrutura de dados da Embrapa, no Portal de Dados do PronaSolos e na plataforma do Governo do Estado do Mato Grosso do Sul.
Além dos pesquisadores citados, o Projeto contou com a participação dos pesquisadores da Embrapa Solos, Aline Pacobahyba, Alba Leonor e Maurício Rizzato, com o apoio técnico dos bolsistas da Embrapa, Adnan Marzulo e João Pedro Cardoso, que desenvolveram com suas experiências profissionais.
Fonte: Embrapa Solos