A TF Agroeconômica relatou que o mercado de trigo enfrenta desafios persistentes nas principais regiões produtoras do Sul do Brasil. No Rio Grande do Sul, o ritmo da retirada de trigo comprado para o mês de fevereiro segue lento, com atrasos nas entregas. A moagem abaixo das expectativas impactou a disponibilidade do produto, e as compras estão sendo feitas para a segunda quinzena de março e para abril, com valores de R$ 1.350,00 no interior, enquanto os vendedores pedem entre R$ 1.400,00 e R$ 1.450,00. As exportações, que somaram 1,75 milhão de toneladas, já foram encerradas, com apenas os embarques finais pendentes. O preço da pedra em Panambi subiu para R$ 71,00 por saca.
Em Santa Catarina, apesar do aumento nos preços ao produtor no Oeste do estado, o mercado segue lento, com pouca movimentação nas vendas de farinha. Esse cenário tem dificultado reajustes nos preços, mantendo o mercado estável por várias semanas. O trigo proveniente do Rio Grande do Sul chega ao estado por cerca de R$ 1.600,00 por tonelada, já considerando o frete e ICMS. A fraca demanda por farinha e farelo tem pressionado o mercado, elevando o preço do farelo ensacado para R$ 1.100. Algumas cooperativas optaram por segurar estoques, aguardando condições mais favoráveis de preço. Os preços da pedra variam entre R$ 69,00 e R$ 80,00 por saca, com destaque para Joaçaba (R$ 78,00) e Xanxerê (R$ 77,00).
No Paraná, a oferta de trigo está escassa, e os vendedores pedem entre R$ 1.500,00 e R$ 1.600,00 por tonelada FOB. O trigo de melhor qualidade, como o branqueador, é raro e os valores ultrapassam R$ 1.700,00 por tonelada. As compras do Rio Grande do Sul seguem acontecendo, mas os preços ainda não são compatíveis com os das farinhas. O aumento nos fretes, impulsionado pela colheita de soja e milho, também tem impactado o custo do trigo na região. O trigo importado está chegando ao Oeste por cerca de US$ 265,00 a US$ 270,00, ou R$ 1.600,00 por tonelada, no porto de Paranaguá. No mercado futuro, os preços estão sendo negociados entre R$ 1.400,00 e R$ 1.450,00 CIF. A média estadual do preço da pedra subiu 2,36%, atingindo R$ 76,03, enquanto os custos de produção recuaram, elevando o lucro para 10,70%.
Em nível nacional, os preços do trigo seguiram em alta por mais uma semana. De acordo com o Cepea, o aumento nos preços continua sendo sustentado pela retração vendedora, que limita a quantidade disponível de trigo no mercado. Por outro lado, a demanda por trigo de qualidade superior está sendo dificultada, e muitos compradores têm optado por importar o produto. Apesar da queda em relação ao mês anterior, as importações de fevereiro cresceram em comparação com o mesmo período de 2024. Foram importadas 582,2 mil toneladas de trigo, uma redução de 18,8% em relação a janeiro, mas 10% a mais do que em fevereiro do ano passado, segundo dados da Secex. No acumulado dos últimos 12 meses, o Brasil adquiriu 6,8 milhões de toneladas de trigo, o maior volume desde junho de 2019.
Fonte: Portal do Agronegócio