O dólar iniciou esta quarta-feira (30) em alta de 0,22%, sendo cotado a R$ 5,5811 por volta das 9h. Enquanto isso, as negociações no Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, só têm início a partir das 10h.
Na sessão anterior, a moeda norte-americana havia registrado queda de 0,38%, fechando a R$ 5,5689. Já o Ibovespa encerrou o pregão com avanço de 0,45%, aos 132.726 pontos.
Expectativa com a Superquarta
O destaque do dia é a chamada “Superquarta”, quando os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos anunciam simultaneamente suas decisões sobre as taxas de juros. O mercado espera manutenção das taxas por ambos os países, mas está atento a possíveis sinalizações sobre os próximos passos na política monetária, especialmente diante das tensões comerciais e do impacto esperado do tarifaço.
Cenário de tensão entre Brasil e Estados Unidos
As relações comerciais entre Brasil e EUA seguem travadas, às vésperas da entrada em vigor do tarifaço imposto pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump, prevista para 1º de agosto. Autoridades brasileiras, como o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Fazenda Fernando Haddad, informaram que o governo ainda busca manter o diálogo com os EUA, mas já prepara um plano de contingência para mitigar os impactos das tarifas.
Fontes próximas ao governo afirmam que o presidente Lula está disposto a conversar diretamente com Trump, caso haja abertura para o diálogo. No entanto, o clima no Palácio do Planalto é de pessimismo, diante da avaliação de que os Estados Unidos só devem retomar as conversas após a efetivação das tarifas.
Impacto do tarifaço
A sobretaxa norte-americana, que pode chegar a até 50%, afetará exportações brasileiras de aço, alumínio, minerais críticos e veículos elétricos. A ausência de um acordo entre Brasil e EUA preocupa o mercado e amplia a cautela dos investidores.
Segundo fontes do governo, Trump teria sinalizado a intenção de aplicar as tarifas como uma forma de retaliação ao Brasil, sem apresentar justificativas econômicas claras.
Reações do governo brasileiro
Em declaração recente, Alckmin afirmou que o governo está engajado em manter o diálogo, mas reforçou que o plano de contingência está sendo finalizado:
“Estamos dialogando neste momento pelos canais institucionais e com a devida reserva. Quando tiver algo a ser anunciado, vocês serão os primeiros a saber.”
Já Fernando Haddad destacou que Alckmin manteve nova conversa com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, reforçando o interesse brasileiro em manter as negociações, mas ressaltando que o Brasil não está preso ao prazo para conclusão de um eventual acordo.
Negociações EUA-China também influenciam o mercado
As tensões comerciais entre Estados Unidos e China seguem no radar. As duas maiores economias do mundo se reuniram em Estocolmo nesta terça-feira (29) para tentar avançar em um acordo tarifário. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, classificou as conversas como “muito construtivas”. Já o representante comercial Jamieson Greer afirmou que a decisão sobre uma possível extensão da trégua comercial caberá a Trump.
A expectativa do mercado é que os países estendam a pausa nas tarifas por mais 90 dias, o que abriria espaço para uma nova rodada de negociações e, eventualmente, um encontro entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping.
Desempenho dos mercados internacionais
Com os desdobramentos do tarifaço e a temporada de divulgação de balanços corporativos, as bolsas internacionais apresentaram, em sua maioria, desempenho positivo nesta terça-feira (29):
Índices europeus (por volta das 10h):
Na Ásia, os mercados fecharam de forma mista, refletindo a cautela dos investidores diante das negociações EUA-China.
Resumo dos indicadores econômicos
O cenário desta quarta-feira é marcado por forte expectativa do mercado financeiro, em meio às decisões de juros no Brasil e nos EUA, e aos impasses comerciais envolvendo o tarifaço de Trump. Investidores monitoram atentamente os desdobramentos políticos e econômicos, que seguem influenciando o comportamento da moeda, da bolsa e das negociações internacionais.
Fonte: Portal do Agronegócio