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30-07-2025

Dólar inicia o dia em alta com mercado atento a decisões de juros e tensões comerciais entre Brasil e EUA

O dólar iniciou esta quarta-feira (30) em alta de 0,22%, sendo cotado a R$ 5,5811 por volta das 9h. Enquanto isso, as negociações no Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, só têm início a partir das 10h.

Na sessão anterior, a moeda norte-americana havia registrado queda de 0,38%, fechando a R$ 5,5689. Já o Ibovespa encerrou o pregão com avanço de 0,45%, aos 132.726 pontos.

Expectativa com a Superquarta

O destaque do dia é a chamada “Superquarta”, quando os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos anunciam simultaneamente suas decisões sobre as taxas de juros. O mercado espera manutenção das taxas por ambos os países, mas está atento a possíveis sinalizações sobre os próximos passos na política monetária, especialmente diante das tensões comerciais e do impacto esperado do tarifaço.

Cenário de tensão entre Brasil e Estados Unidos

As relações comerciais entre Brasil e EUA seguem travadas, às vésperas da entrada em vigor do tarifaço imposto pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump, prevista para 1º de agosto. Autoridades brasileiras, como o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Fazenda Fernando Haddad, informaram que o governo ainda busca manter o diálogo com os EUA, mas já prepara um plano de contingência para mitigar os impactos das tarifas.

Fontes próximas ao governo afirmam que o presidente Lula está disposto a conversar diretamente com Trump, caso haja abertura para o diálogo. No entanto, o clima no Palácio do Planalto é de pessimismo, diante da avaliação de que os Estados Unidos só devem retomar as conversas após a efetivação das tarifas.

Impacto do tarifaço

A sobretaxa norte-americana, que pode chegar a até 50%, afetará exportações brasileiras de aço, alumínio, minerais críticos e veículos elétricos. A ausência de um acordo entre Brasil e EUA preocupa o mercado e amplia a cautela dos investidores.

Segundo fontes do governo, Trump teria sinalizado a intenção de aplicar as tarifas como uma forma de retaliação ao Brasil, sem apresentar justificativas econômicas claras.

Reações do governo brasileiro

Em declaração recente, Alckmin afirmou que o governo está engajado em manter o diálogo, mas reforçou que o plano de contingência está sendo finalizado:

“Estamos dialogando neste momento pelos canais institucionais e com a devida reserva. Quando tiver algo a ser anunciado, vocês serão os primeiros a saber.”

Já Fernando Haddad destacou que Alckmin manteve nova conversa com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, reforçando o interesse brasileiro em manter as negociações, mas ressaltando que o Brasil não está preso ao prazo para conclusão de um eventual acordo.

Negociações EUA-China também influenciam o mercado

As tensões comerciais entre Estados Unidos e China seguem no radar. As duas maiores economias do mundo se reuniram em Estocolmo nesta terça-feira (29) para tentar avançar em um acordo tarifário. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, classificou as conversas como “muito construtivas”. Já o representante comercial Jamieson Greer afirmou que a decisão sobre uma possível extensão da trégua comercial caberá a Trump.

A expectativa do mercado é que os países estendam a pausa nas tarifas por mais 90 dias, o que abriria espaço para uma nova rodada de negociações e, eventualmente, um encontro entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping.

Desempenho dos mercados internacionais

Com os desdobramentos do tarifaço e a temporada de divulgação de balanços corporativos, as bolsas internacionais apresentaram, em sua maioria, desempenho positivo nesta terça-feira (29):

Índices europeus (por volta das 10h):

  • 🇩🇪 DAX (Alemanha): +1,18%
  • 🇫🇷 CAC 40 (França): +1,25%
  • 🇬🇧 FTSE 100 (Reino Unido): +0,59%
  • 🇮🇹 FTSE MIB (Itália): +1,41%
  • 🇪🇸 IBEX 35 (Espanha): +1,07%
  • 🇵🇹 PSI 20 (Portugal): +0,17%

Na Ásia, os mercados fecharam de forma mista, refletindo a cautela dos investidores diante das negociações EUA-China.

Resumo dos indicadores econômicos

  • Dólar
    • Semana: +0,14%
    • Mês: +2,49%
    • Ano: -9,88%
  • Ibovespa
    • Semana: -0,60%
    • Mês: -4,41%
    • Ano: +10,34%

O cenário desta quarta-feira é marcado por forte expectativa do mercado financeiro, em meio às decisões de juros no Brasil e nos EUA, e aos impasses comerciais envolvendo o tarifaço de Trump. Investidores monitoram atentamente os desdobramentos políticos e econômicos, que seguem influenciando o comportamento da moeda, da bolsa e das negociações internacionais.

Fonte: Portal do Agronegócio

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