O mercado de milho no Brasil segue com negociações lentas e liquidez reduzida em diversas regiões, apesar de produtividade considerada satisfatória.
- Rio Grande do Sul: Segundo a TF Agroeconômica, o mercado depende ainda de milho importado, com baixa movimentação comercial. O milho remanescente está direcionado principalmente para granjas de ovos e consumo doméstico. As cotações para compra variam entre R$ 65,00 e R$ 68,00 por saca, enquanto os vendedores pedem entre R$ 66,00 e R$ 70,00 para agosto, dependendo da localidade.
- Santa Catarina: Produtores demonstram insatisfação com a pouca oferta efetiva de negócios. Em Campos Novos, os pedidos de venda estão entre R$ 83,00 e R$ 85,00 por saca, mas as indústrias ofertam no máximo R$ 75,00. No Planalto Norte, os valores pedidos giram em torno de R$ 80,00, porém os compradores limitam-se a R$ 75,00, o que tem levado produtores a reduzirem investimentos para a próxima safra.
- Paraná: Apesar da boa produtividade, o mercado permanece travado por divergências entre compradores e vendedores. As pedidas chegam a R$ 80,00 por saca FOB, enquanto as indústrias de ração oferecem cerca de R$ 73,00 CIF, travando as negociações.
- Mato Grosso do Sul: O cenário é de mercado praticamente parado, mesmo com pequenas valorizações recentes nas principais praças, como Dourados. A retração tanto de vendedores quanto de compradores impede avanços consistentes nas transações.
Futuros do Milho na B3 Iniciam o Dia com Leves Ganhos; Bolsa de Chicago Opera Estável
Na quarta-feira (30), os preços futuros do milho na Bolsa Brasileira (B3) operavam em campo positivo, com cotações entre R$ 65,43 e R$ 75,00 por volta das 09h56 (horário de Brasília). Os contratos de setembro/25, novembro/25, janeiro/26 e março/26 registravam alta de até 0,47%.
Por outro lado, o mercado externo na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciou o dia praticamente estável, com leves oscilações. Os contratos futuros para setembro, dezembro, março e maio de 2026 mantiveram preços próximos, com pequenas variações, refletindo um cenário técnico fraco segundo o site Farm Futures.
O clima no Centro-Oeste brasileiro permanece desfavorável para o milho, com chuvas previstas para a segunda metade da semana e uma breve queda de temperatura, o que mantém as expectativas de produtividade sob pressão. Para agosto, a previsão indica temperaturas mais altas, mas com precipitação acima da média, o que pode afetar as safras.
Encerramento do Dia: B3 Fecha Mista e Chicago Registra Queda com Perspectivas Favoráveis para Safra Americana
Ao final do dia, os contratos futuros de milho apresentaram movimentos divergentes entre as bolsas brasileiras e norte-americanas.
- B3: O mercado interno refletiu atrasos na colheita da safra 2025/26 — com apenas 66,1% da área colhida, abaixo da média histórica de 70% — e a lentidão no programa de exportações. Isso sustentou os preços localmente, porém limitou a competitividade externa diante da concorrência dos EUA. Os contratos de setembro e novembro fecharam com pequenas variações, enquanto o janeiro/26 teve leve queda.
- Chicago: O milho fechou em baixa, pressionado pelas boas perspectivas para a safra americana. O clima ameno e chuvas regulares no cinturão agrícola dos EUA, além da manutenção da boa qualidade das lavouras reportada pelo USDA, fortalecem a expectativa de uma colheita robusta. Os contratos de setembro e dezembro recuaram mais de 0,7%.
Enquanto o Brasil enfrenta desafios logísticos e dificuldades no escoamento, os Estados Unidos aproveitam o momento para avançar nas exportações, mesmo em período sazonalmente mais fraco, pressionando o milho brasileiro tanto no mercado interno quanto externo.
Fonte: Portal do Agronegócio