O setor será taxado com os 50% integrais
Agrolink - Leonardo Gottems
A nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros foi adiada por sete dias e passa a valer a partir de 6 de agosto, conforme ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump. Segundo o consultor Carlos Cogo, da Cogo Inteligência em Agronegócio, embora parte relevante das exportações tenha sido poupada, os setores excluídos das exceções enfrentarão impactos significativos.
Entre os produtos preservados da tarifa cheia estão suco e polpa de laranja, castanha-do-pará, celulose, além de fertilizantes NPK e formulados, que continuam sendo taxados em 10%. Esses itens representam segmentos relevantes da pauta exportadora e, por ora, não devem sofrer grandes perdas comerciais.
No entanto, a exclusão do café – do qual o Brasil é o principal fornecedor aos EUA – das exceções gera grande preocupação. O setor será taxado com os 50% integrais, o que pode desorganizar a cadeia produtiva e elevar os preços também para o consumidor americano. Cogo destaca que o mercado de café movimenta anualmente cerca de US$ 343 bilhões e sustenta mais de 2,2 milhões de empregos nos EUA, o que torna a medida controversa.
Além do café, carnes e frutas, que muitos esperavam que fossem poupadas, também sofrerão com a nova tarifa. Açúcar, pescados, cacau e etanol integram a lista dos atingidos. Apesar de mais de 40% da pauta exportadora agroindustrial brasileira aos EUA ter sido preservada, Cogo avalia que a exclusão desses produtos estratégicos amplia os desafios do agronegócio nacional e pressiona a diplomacia comercial brasileira. As informações foram publicadas no LinkedIn.