Os preços do café continuam apresentando grande volatilidade e mostravam movimentos divergentes nas principais bolsas internacionais na manhã desta terça-feira (10). Segundo dados do Barchart, o mercado vem sofrendo pressão nas últimas cinco semanas devido à expectativa de maior produção global e ao aumento da oferta disponível.
Safra 2025/2026 avança com características distintas para conilon e arábica
O boletim mais recente do Escritório Carvalhaes indica que a colheita da safra brasileira 2025/2026 está progredindo em ritmo acelerado. As primeiras análises das duas principais variedades confirmam as expectativas de produtores e especialistas: o conilon deve registrar uma safra maior em comparação a 2024, enquanto o arábica deve ter uma produção inferior à da safra atual. Contudo, ainda é cedo para tirar conclusões definitivas.
Demanda global ainda aponta déficit, mas cenário pode mudar em 2026/2027
Marcelo Moreira, analista de mercado da Archer Consulting, ressalta que o balanço entre oferta e demanda mundial segue indicando um déficit estimado entre 8 e 15 milhões de sacas para o ciclo 2025/2026. Segundo ele, a possível equalização do mercado pode ocorrer a partir da safra 2026/2027, dependendo diretamente do desempenho da produção brasileira.
Cotação dos contratos acompanha oscilações nesta terça-feira
Por volta das 10h (horário de Brasília), o café arábica operava em alta, com o contrato para julho de 2025 cotado a 362,70 cents/lbp, um avanço de 115 pontos. O vencimento de setembro marcava 360,50 cents/lbp, com ganho de 110 pontos, e dezembro era negociado a 354,35 cents/lbp, valorização de 85 pontos.
Já o café robusta mostrava movimentação mista: alta de US$ 11 para o contrato de julho de 2025, cotado a US$ 4.533 por tonelada; queda de US$ 25 no contrato de setembro, negociado a US$ 4.426 por tonelada; e baixa de US$ 21 para o vencimento de novembro, cotado a US$ 4.363 por tonelada.
Previsão do tempo indica frente fria com impacto nas regiões produtoras do Centro-Sul
A meteorologia alerta para uma frente fria que está avançando pelo litoral brasileiro e pode provocar instabilidades climáticas nas áreas produtoras de café do Centro-Sul do país. A previsão indica queda nas temperaturas, com mínimas e máximas mais baixas nos próximos dias, o que pode influenciar o andamento da colheita e o desenvolvimento das lavouras.
Fonte: Portal do Agronegócio