O mercado do café iniciou a manhã desta quinta-feira (16) em forte valorização nas bolsas internacionais, refletindo a volatilidade que tem marcado o setor nas últimas semanas. Analistas destacam que o mercado acompanha de perto fatores climáticos nos principais países produtores, além de negociações comerciais globais.
Segundo o Itaú BBA, o setor vive semanas decisivas. “Os próximos dias serão cruciais para confirmar o pegamento das floradas. Modelos climáticos indicam bons acumulados de chuva até dezembro. Caso o clima continue favorável, a produção de arábica poderá ser significativamente melhor. Mas um bom pegamento é apenas o primeiro passo”, afirmou o relatório.
Por volta das 9h30 (horário de Brasília), os contratos de arábica apresentavam valorização expressiva:
Já o robusta registrava ganhos de US$ 80 a US$ 88, com os contratos de novembro/25 a março/26 cotados entre US$ 4.467 e US$ 4.622 por tonelada.
Recuperação do real favorece estabilidade do mercado
Após uma semana de queda nos preços, causada por fatores climáticos e geopolíticos, os futuros do café voltaram a subir impulsionados pela valorização do real frente ao dólar. Segundo relatório da StoneX, a moeda brasileira trouxe alívio temporário ao mercado, após a pressão exercida pela alta do dólar e pela instabilidade internacional.
Na semana anterior, a melhora nas previsões de chuva no Brasil e a aproximação diplomática entre Brasil e Estados Unidos haviam pressionado os preços para baixo. A expectativa de suspensão das tarifas americanas sobre o café brasileiro aumentou o otimismo no setor, reforçando o fluxo comercial do produto.
No cenário internacional, a intensificação das tensões entre EUA e China elevou a aversão ao risco, fortalecendo o dólar e pressionando commodities agrícolas. O índice DXY, que mede a força do dólar frente a outras moedas, subiu 1,2%, alcançando 98,61 pontos, enquanto a moeda americana avançou 3,5% frente ao real, encerrando a semana a R$ 5,52.
Em Nova Iorque, o contrato de dezembro do café recuou 1.770 pontos, ou 4,5%, para US¢ 373,05 por libra-peso. Em Londres, o contrato de janeiro caiu US$ 131 por tonelada, ou 2,9%, para US$ 4.391. A recuperação do real no início desta semana, no entanto, gera expectativa de maior estabilidade no curto prazo, à medida que o mercado acompanha o câmbio e as negociações comerciais internacionais.
Fonte: Portal do Agronegócio
