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17-10-2025

Açúcar sobe nas bolsas internacionais com produção acima do esperado no Brasil e correção técnica em Nova York

Os preços do açúcar encerraram a semana em alta nas bolsas internacionais, impulsionados por dados mais fortes que o esperado sobre a produção no Centro-Sul do Brasil e por movimentos técnicos de correção no mercado futuro de Nova York.

De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), a produção de açúcar na segunda quinzena de setembro atingiu 3,14 milhões de toneladas, um crescimento de 10,76% em relação ao mesmo período do ciclo anterior. O volume superou as projeções da S&P Global Commodity Insights, que estimava 3,05 milhões de toneladas.

No acumulado da safra até 1º de outubro, o total alcançou 33,52 milhões de toneladas, frente a 33,24 milhões no mesmo intervalo do ciclo 2024/25. Apesar do avanço, o mix açucareiro apresentou nova redução, atingindo 51,2%, contra 53,5% na quinzena anterior — a terceira queda consecutiva registrada pela Unica.

Segundo Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da Unica, a retração no mix foi mais intensa entre as usinas que podem alternar entre açúcar e etanol. Em São Paulo, a redução foi de 2,5 pontos percentuais, enquanto no Centro-Oeste chegou a 3,5 pontos, refletindo a maior atratividade do etanol na região.

Bolsas internacionais reagem com alta nos contratos futuros

Na ICE Futures, em Nova York, o açúcar bruto avançou com movimentos de correção técnica, após quedas recentes. O contrato de março/26 fechou a 15,80 centavos de dólar por libra-peso, alta de 0,7%, e o de maio/26 encerrou a 15,27 centavos, aumento de 0,65%.

Na ICE Europe, em Londres, o açúcar branco também registrou ganhos: o contrato de dezembro/25 subiu para US$ 441,10 por tonelada, e o de maio/26 avançou para US$ 439,80 por tonelada.

Segundo analistas, a valorização reflete não apenas o desempenho da safra brasileira, mas também a expectativa de equilíbrio no balanço global do adoçante. Compras oportunistas da China e o aumento da demanda de refinarias no Oriente Médio também ajudaram a sustentar os preços.

Safra brasileira mantém ritmo forte apesar da queda no ATR

Mesmo com a produção robusta, a moagem acumulada no Centro-Sul somou 450 milhões de toneladas até 15 de setembro, uma queda de 4% frente ao ciclo anterior. A produção de açúcar, por sua vez, alcançou 30,4 milhões de toneladas, com alocação recorde de 52,9% da cana para o adoçante.

A concentração de ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) caiu 4%, para 134,1 kg/tonelada, segundo a Unica.

Cenário internacional: Índia, Tailândia e União Europeia devem garantir equilíbrio

No mercado global, as principais regiões produtoras do Hemisfério Norte iniciaram a safra com boas expectativas. Índia e Tailândia devem registrar colheitas favoráveis, enquanto a Rússia apresenta produtividade 3,2% maior que a safra passada, embora com menor concentração de sacarose.

Na União Europeia, as chuvas de julho e agosto beneficiaram a produtividade, mas a redução de 10% na área plantada deve diminuir a produção total em 8,5%, para cerca de 15,7 milhões de toneladas.

Etanol perde competitividade frente à gasolina, mas mantém leve alta

A produção de etanol na segunda quinzena de setembro atingiu 2,21 bilhões de litros, sendo 1,36 bilhão de hidratado (queda de 6,3%) e 851,78 milhões de anidro (alta de 7,3%). No acumulado da safra, o total soma 23,02 bilhões de litros, redução de 8,8% frente ao ciclo anterior.

No mercado físico, o etanol hidratado registrou leve alta de 0,49%, negociado a R$ 2.856,50/m³ nas usinas de Paulínia, conforme o Indicador Diário Paulínia (Cepea/Esalq).

Ainda segundo o relatório Agromensal, divulgado em outubro, o preço médio do etanol em Ribeirão Preto foi de 16,6 centavos por libra-peso em setembro. A expectativa é de possível alta durante a entressafra, caso os preços domésticos da gasolina não sofram novos ajustes.

Açúcar cristal recua no mercado interno

Enquanto o mercado internacional apresentou recuperação, o açúcar cristal registrou leve retração de 0,73%, com a saca de 50 quilos cotada a R$ 115,67, de acordo com o Indicador Cepea/Esalq (USP).

Fonte: Portal do Agronegócio

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