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29-10-2025

Trigo no Brasil: Cultura com Potencial, Mas Ainda Subestimada

O trigo é uma cultura que oferece potencial de lucro ao produtor, mas ainda enfrenta desafios significativos no Brasil, segundo análise da TF Agroeconômica. O estudo indica que, ao contrário da soja, o trigo não recebe atenção agronômica suficiente, refletindo em produtividade e qualidade abaixo do esperado.

Entre os principais problemas apontados estão a falta de padronização no plantio, o uso limitado de sementes certificadas e a ausência de segregação adequada após a colheita. Esse ciclo de baixa qualidade contribui para preços menores e desestimula novos investimentos na cultura.

“Uma mudança nesse cenário precisa começar pela valorização do preço, que é o principal insumo de qualquer lavoura”, destaca a consultoria.

Importância da “ciência dos preços” para incentivar investimentos

A TF Agroeconômica defende que universidades e órgãos ligados à produção agrícola deem mais atenção à análise de preços, considerada tão estratégica quanto a agronomia. Segundo a consultoria, se os produtores tivessem, por exemplo, 23% de lucro garantido na produção de trigo, haveria maior investimento em tecnologia, adoção rigorosa das recomendações técnicas e melhora geral do setor.

Fatores que impulsionam o trigo no mercado internacional

No mercado internacional, alguns fatores têm favorecido o trigo. Nos Estados Unidos, os preços se recuperaram após atingirem mínimas de cinco anos. Além disso, a Rússia aumentou em 69% o imposto de exportação do cereal, para 167,7 rublos por tonelada, limitando a oferta global e contribuindo para a valorização do preço.

Pressões negativas no mercado europeu e brasileiro

Apesar dos fatores positivos, o trigo enfrenta também elementos de baixa. Na Europa, a França avançou rapidamente no plantio do trigo soft, atingindo 57% da área planejada, ante 27% na semana anterior, o que aumenta a oferta na região.

No Brasil, a concorrência do trigo argentino pressiona os preços internos. Em setembro, o cereal importado custava US$ 230 por tonelada, contra US$ 235 do produto gaúcho, de acordo com dados da Secex e do Cepea/Esalq-USP. Além disso, o país importou 5,25 milhões de toneladas de trigo no ano, o maior volume desde 2007, mantendo o mercado interno lento e comprimindo as margens dos produtores nacionais.

Fonte: Portal do Agronegócio

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