O mercado do milho encerrou outubro com valorização tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, segundo o relatório Agro Mensal, divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA. Na Bolsa de Chicago (CBOT), o cereal registrou a segunda alta mensal consecutiva, acompanhando o movimento da soja.
O contrato do milho na CBOT subiu 2,2% em outubro, alcançando US$ 4,21 por bushel, impulsionado pela forte demanda americana e pela ausência de relatórios do USDA durante a paralisação do governo dos EUA. Na primeira metade de novembro, o grão continuou em alta, com avanço de 2,7%, chegando a US$ 4,33/bu.
Demanda interna sustenta preços no Brasil
No mercado brasileiro, os preços também apresentaram recuperação. Em Sorriso (MT), a cotação subiu 4% em outubro, atingindo R$ 48,40 por saca. Já em novembro, os valores se mantiveram estáveis ou com leve alta, conforme a região.
Apesar da grande oferta da safra, a demanda aquecida e o ritmo de vendas mais controlado por parte dos produtores têm sustentado as cotações no mercado interno.
Exportações permanecem firmes, mas ritmo pode desacelerar
As exportações brasileiras de milho alcançaram 6,5 milhões de toneladas em outubro, número superior ao registrado no mesmo mês de 2024, mas menor que o de setembro. No acumulado entre fevereiro e outubro, os embarques somaram 26,2 milhões de toneladas, 1,3% acima do mesmo período do ano passado.
Para novembro, o line-up aponta 5,8 milhões de toneladas programadas, totalizando 32,7 milhões de toneladas comprometidas. No entanto, para atingir a meta de 42 milhões de toneladas, seria necessário embarcar mais de 4,5 milhões por mês em dezembro e janeiro — cenário considerado improvável diante da menor competitividade e do mercado interno mais atrativo.
Com isso, o estoque de passagem da safra 2024/25 tende a ser superior ao inicialmente previsto.
USDA revisa projeções de produção e estoque
O relatório de novembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trouxe ajustes importantes nas estimativas globais de produção e comércio de milho.
Nos EUA, a produção foi reduzida de 427,1 para 425,5 milhões de toneladas, devido à queda na produtividade média, agora estimada em 11,68 t/ha (-0,3%). Em contrapartida, as exportações foram elevadas em 2,5 milhões de toneladas, para 78,1 milhões, e os estoques finais aumentaram para 54,7 milhões de toneladas.
Para o Brasil, o USDA manteve estimativa próxima à anterior, em 136 milhões de toneladas, ainda abaixo da média esperada pelo mercado. Já a China teve suas importações reduzidas para 1,8 milhão de toneladas em 2024/25 e 8 milhões em 2025/26, frente aos 10 milhões projetados anteriormente.
Perspectivas para a safrinha 2025/26
O plantio da soja, que define a janela de cultivo para o milho safrinha, segue em ritmo acelerado em Paraná e parte do Mato Grosso, enquanto Goiás e Minas Gerais tentam compensar os atrasos das últimas semanas. Já em Tocantins e Maranhão, as chuvas irregulares continuam dificultando a implantação das lavouras.
As próximas semanas serão determinantes para definir a janela ideal de semeadura e o nível de investimento na segunda safra. Com a queda dos preços dos fertilizantes e uma relação de troca mais favorável, produtores que concluírem rapidamente o plantio da soja podem ampliar a área destinada ao milho safrinha, aproveitando o cenário de custos mais baixos.
Fonte: Portal do Agronegócio