O relatório Agro Mensal, divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA, mostrou que o farelo de soja apresentou expressiva valorização na primeira quinzena de novembro, atingindo o maior preço do ano. Após um mês de outubro marcado por estabilidade, o produto registrou alta de 14% na Bolsa de Chicago (CBOT), chegando a US$ 321 por tonelada.
O movimento de alta foi impulsionado pela parada para manutenção de plantas de esmagamento nos Estados Unidos, pela redução nas margens devido à valorização do grão e pelo temor de menor disponibilidade de farelo no curto prazo.
No Brasil, a reação também foi significativa: em Rondonópolis (MT), o preço do farelo subiu 10,8%, alcançando R$ 1.587 por tonelada.
Óleo de soja segue trajetória oposta e acumula quedas consecutivas
Enquanto o farelo apresentou forte valorização, o óleo de soja manteve tendência negativa. Na CBOT, o produto caminha para a quarta queda mensal consecutiva, com desvalorização de 1,8% na primeira metade de novembro, cotado a US$ 49,3 centavos por libra-peso.
No mercado doméstico, o cenário é semelhante. No Mato Grosso, os preços recuaram cerca de 1% no período, chegando a R$ 6.586 por tonelada.
Exportações brasileiras de farelo mantêm ritmo forte
Com o avanço dos preços internacionais, a paridade de exportação voltou a subir no Brasil. Até outubro, as exportações de farelo de soja somaram 20,2 milhões de toneladas, um aumento de 3,9% em relação ao mesmo período de 2023.
O line-up de novembro indica embarques próximos de 2,4 milhões de toneladas, o que pode representar o maior volume do segundo semestre. Esse desempenho reduz a oferta interna e melhora as margens das indústrias esmagadoras brasileiras.
USDA revisa para cima a estimativa de esmagamento e exportações do Brasil
No relatório de novembro, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou para cima as estimativas de esmagamento de soja no Brasil, passando de 58 milhões para 59 milhões de toneladas. A produção de farelo subiu para 45,5 milhões de toneladas, as exportações para 24 milhões de toneladas, e os estoques finais atingiram 3,8 milhões de toneladas.
A demanda externa aquecida e a oferta doméstica limitada mantêm o mercado de farelo aquecido, com tendência de novas valorizações caso o ritmo internacional continue forte.
Farelo valorizado impulsiona margens de processamento
Mesmo com a alta nos preços da soja, o forte avanço do farelo tem proporcionado melhora nas margens de esmagamento tanto no Brasil quanto em outros países.
Enquanto o óleo de soja manteve cotações estáveis, a valorização do farelo garantiu melhor rentabilidade ao processamento durante a primeira quinzena de novembro.
Além disso, importadores europeus e asiáticos ampliaram a procura pelo farelo americano, em meio às incertezas sobre a aplicação da Regulamentação Europeia Antidesmatamento (EUDR), o que impulsionou os prêmios nos Estados Unidos e pode continuar sustentando os futuros do farelo nas próximas semanas.
Fonte: Portal do Agronegócio