O governo dos Estados Unidos anunciou recentemente a retirada da tarifa de 10% aplicada de forma geral sobre importações agrícolas. No entanto, a sobretaxa específica de 40% sobre o café brasileiro permanece, mantendo o produto nacional em desvantagem competitiva.
Segundo pesquisadores do Cepea, essa medida reduz a atratividade do café do Brasil no mercado norte-americano, uma vez que outros concorrentes importantes tiveram barreiras comerciais eliminadas ou significativamente reduzidas.
O risco central apontado pelo Cepea é a possibilidade de substituição estrutural do café brasileiro nos blends e padrões de consumo nos Estados Unidos. Enquanto a retirada da tarifa geral indica uma abertura comercial, a manutenção da sobretaxa evidencia que o país ainda depende da eliminação total do imposto para recuperar participação.
EUA deixam de ser principal destino do café brasileiro
Dados do Cecafé mostram que, na parcial da safra 2025/26 (julho a outubro), os Estados Unidos perderam a liderança como destino do café brasileiro, superados pela Alemanha. A Itália ocupa a terceira posição, aproximando-se dos volumes exportados aos norte-americanos.
Para especialistas, essa mudança nos destinos reflete a necessidade do Brasil diversificar mercados e explorar alternativas de valor agregado para driblar o impacto da tarifa.
Preços futuros sobem em Nova York com oferta pressionada
Na Bolsa de Mercadorias e Futuros de Nova York (ICE Futures US), o café arábica registrou forte valorização recentemente.
O aumento reflete não apenas a tarifa elevada sobre o café brasileiro, mas também fatores de oferta, como prejuízos na qualidade de grãos robusta do Vietnã devido a tempestades recentes.
Especialistas alertam que a permanência da sobretaxa nos EUA pode levar torrefadoras a substituir parte do arábica brasileiro por grãos de outros países, elevando a pressão sobre preços e volumes.
Desafios e alternativas para o café brasileiro
Para recuperar competitividade, o setor cafeeiro brasileiro precisa de ações estratégicas, como:
Pesquisadores do Cepea alertam que, caso a tarifa de 40% permaneça, volumes embarcados e preços de exportação podem continuar pressionados, afetando a rentabilidade do setor.
Fonte: Portal do Agronegócio