Outro fator de suporte vem do etanol
Agrolink - Leonardo Gottems
O milho negociado na Bolsa de Chicago encerrou a quinta-feira em baixa, mesmo diante de notícias positivas para o mercado. O contrato de dezembro recuou 0,76 por cento, ou 3,25 cents por bushel, para 426,50 dólares, enquanto março caiu 0,85 por cento, ou 3,75 cents por bushel, para 437,75 dólares. As cotações acompanharam o movimento generalizado de queda observado em outras commodities como soja, trigo e farelo, todas com perdas superiores a 1 por cento no dia.
Segundo a TF Agroeconômica, o mercado opera dentro de uma faixa lateral devido à combinação de oferta abundante e consumo elevado. A safra recorde dos Estados Unidos exige desempenho sem precedentes para evitar aumento dos estoques. As exportações projetadas pelo USDA, de 78,11 milhões de toneladas, indicam um possível recorde, enquanto o uso interno para ração e etanol também deve crescer. O relatório semanal mostrou embarques de 2.259.000 toneladas entre 26 de setembro e 2 de outubro, próximo ao limite superior esperado pelos operadores.
Outro fator de suporte vem do etanol. Dados do Censo de agosto apontam para exportações recordes de 188,77 milhões de galões, alta de 14,8 por cento sobre julho e de 23,8 por cento em relação ao ano anterior. Como cada bushel rende cerca de 2,8 galões de etanol, o avanço reforça a demanda pelo cereal. Mesmo assim, investidores aproveitaram dois dias seguidos de ganhos acumulados de 10 cents por bushel para realizar lucros, o único fator baixista que acabou dominando a sessão.
No cenário externo, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires reportou plantio em 37,3 por cento dos 7,8 milhões de hectares previstos, com condições consideradas normais a excelentes, embora 12 por cento da área siga alagada. Já o Conselho Internacional de Grãos elevou sua estimativa para a safra mundial de milho para 1.298 milhões de toneladas, mantendo o consumo em 1.288 milhões.