Sexta-Feira, 21 de Dezembro, 2025 Acesse nosso Instagram
21-11-2025

Dólar inicia sexta-feira em alta

O dólar abriu a sessão desta sexta-feira (21) em alta de 0,36%, cotado a R$ 5,3541 às 9h (horário de Brasília). O movimento reflete a cautela dos investidores diante de incertezas externas e do cenário político e econômico norte-americano.

Na última quarta-feira (19), a moeda norte-americana havia encerrado o dia com valorização de 0,38%, negociada a R$ 5,3380. No acumulado da semana, o dólar registra avanço de +0,78%, enquanto no mês acumula queda de -0,78% e, no ano, desvalorização de -13,62%.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), iniciou o dia operando de forma instável, após encerrar a última sessão em queda de 0,73%, aos 155.351 pontos. No acumulado da semana, o índice recua 1,49%, mas ainda apresenta alta de 3,91% no mês e expressiva valorização de 29,19% no acumulado de 2025.

Alívio tarifário dos EUA anima investidores brasileiros

No ambiente doméstico, a ampliação da lista de produtos brasileiros isentos de tarifas pelos Estados Unidos tem animado o mercado, ao sinalizar um possível aumento das exportações nacionais. Essa medida é vista como positiva para setores produtivos, especialmente o agronegócio, que depende diretamente da competitividade internacional.

Além disso, o cenário interno de inflação sob controle e a expectativa de manutenção da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central reforçam a percepção de estabilidade e atraem capital estrangeiro ao país.

Incertezas externas seguem no radar dos investidores

No exterior, o mercado acompanha atentamente os dados de emprego e atividade econômica dos Estados Unidos, além dos discursos de autoridades do Federal Reserve (Fed). As projeções sobre os próximos passos da política monetária americana seguem dividindo opiniões, o que mantém os investidores em compasso de espera.

As incertezas quanto ao ritmo dos cortes de juros pelo Fed continuam influenciando o comportamento do dólar e de outras moedas emergentes, incluindo o real.

Superávit comercial cresce em outubro, mas saldo anual ainda é menor

De acordo com o Indicador de Comércio Exterior (ICOMEX), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 7 bilhões em outubro, um aumento de US$ 2,9 bilhões em relação ao mesmo mês de 2024.

As exportações cresceram 9,1%, enquanto as importações caíram 0,8%. Em volume, houve alta de 11,3% nas exportações e queda de 2,5% nas importações.

No acumulado do ano até outubro, o saldo comercial é de US$ 52,4 bilhões, uma redução de US$ 10,4 bilhões frente ao mesmo período do ano anterior. O desempenho é explicado pela queda do superávit com a China, que passou de US$ 30,4 bilhões para US$ 24,9 bilhões, e pelo aumento do déficit com os Estados Unidos, de US$ 1,4 bilhão para US$ 6,8 bilhões.

Entre os produtos, petróleo, minério de ferro e soja continuam liderando as exportações, com crescimentos em valor de 9%, 29,5% e 42,7%, respectivamente. A indústria extrativa foi o grande destaque, com alta de 21,1% em outubro.

Saída de dólares aumenta no mês de novembro

Segundo dados do Banco Central, o Brasil registrou saída líquida de US$ 3,004 bilhões em novembro até o dia 14, resultado das operações de câmbio contratadas no período.

No canal financeiro — que engloba investimentos estrangeiros, remessas de lucros e aplicações financeiras — houve saída líquida de US$ 2,536 bilhões. Já no canal comercial, relacionado às exportações e importações, o saldo foi negativo em US$ 468 milhões.

No acumulado do ano até 14 de novembro, o país apresenta déficit cambial de US$ 15,688 bilhões, indicando mais saídas do que entradas de dólares no mercado nacional.

Impactos no agronegócio

A valorização do dólar tende a beneficiar exportadores de commodities agrícolas, como soja, milho, carne e café, ao tornar os produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional.

Entretanto, o aumento da moeda americana também encarece a importação de insumos, como fertilizantes e defensivos agrícolas, o que pode pressionar os custos de produção no campo.

O resultado da balança comercial de outubro reforça o bom desempenho do setor externo brasileiro, mas a redução do saldo acumulado no ano serve de alerta para os desafios da competitividade e da dependência de mercados estratégicos, como China e Estados Unidos.

Panorama econômico atualizado

De acordo com o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central, a projeção para a inflação de 2025 foi revisada para 4,46%, ficando abaixo do teto da meta pela primeira vez no ano. O crescimento do PIB, por sua vez, deve ficar em torno de 2,16%, refletindo um cenário de desaceleração econômica global, mas ainda com perspectivas positivas para o agronegócio.

Nos mercados de renda fixa, os juros futuros recuam nos contratos de curto e médio prazo, indicando expectativa de redução da Selic nos próximos meses, o que tende a favorecer o crédito e o investimento no setor produtivo.

Fonte: Portal do Agronegócio

Veja Mais
Exportações de grãos do Brasil somam mais de 165 milhões de t...
Menor oferta deve sustentar preços do etanol nos próximos meses...
EUA suspendem tarifas e preços globais do café recuam...
Açúcar avança nesta sexta...
Bem-estar animal avança na suinocultura, mas uso de antibiótico...
Soja cai em Chicago com demanda menor da China...
Milho cai em Chicago apesar de fundamentos positivos...
VIII Fórum do PNEFA marca nova etapa da pecuária após reconhec...
Agraer é responsável por mais da metade dos Cadastros da Agricu...
Conselho aprova R$ 219 milhões do FCO para investimentos em MS...
Mais vistos