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01-12-2025

Trigo encerra novembro com preços pressionados e ritmo moderado de negócios no Brasil

O mercado brasileiro de trigo finalizou o mês de novembro com um ritmo moderado de negociações, segundo avaliação do analista da Safras & Mercado, Elcio Bento. De acordo com ele, os moinhos estão bem abastecidos, com estoques suficientes para atender à demanda até o início de 2026, o que limita novas compras a operações pontuais.

Produtores gaúchos buscam liquidez imediata e impulsionam exportações

No Rio Grande do Sul, principal estado produtor, os agricultores enfrentam pressão de caixa após um ciclo de custos elevados. Segundo Bento, a necessidade de liquidez leva muitos produtores a vender rapidamente o trigo, abrindo espaço para tradings, que têm direcionado boa parte da safra para o mercado externo.

Até o momento, mais de 1 milhão de toneladas já foram comercializadas no estado, sendo mais de 60% destinadas à exportação. Os line-ups (programações de embarque) somam 627.052 toneladas na temporada.

Preços regionais caem mesmo com maior volume exportado

Apesar do aumento nas exportações, os preços do trigo recuaram no mercado gaúcho. Conforme Bento, a paridade de exportação continua pressionando as cotações.

No Rio Grande do Sul, o trigo encerrou novembro a R$ 1.025 por tonelada, queda de 0,5% em relação a outubro e de 11% frente ao mesmo período de 2024.

No Paraná, a cotação ficou em R$ 1.173 por tonelada, redução de 1% no mês e de 14% em relação ao ano anterior.

Cenário internacional e câmbio ampliam a pressão sobre o trigo nacional

A desvalorização do produto também reflete o cenário externo e cambial. O analista explica que o trigo argentino mantém-se competitivo, influenciando diretamente os preços no Brasil. O cereal do país vizinho fechou novembro cotado a US$ 211 por tonelada, queda de 4,1% em relação a outubro e ao mesmo período do ano passado.

Além disso, as novas estimativas para a safra argentina aumentaram a oferta global. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires revisou sua projeção para 25 milhões de toneladas, reforçando a disponibilidade regional e limitando qualquer recuperação nos preços.

Dólar mais fraco estimula importações e mantém pressão sobre o mercado interno

Outro fator que contribui para a queda nas cotações é o câmbio. Com o dólar em torno de R$ 5,35, registrando recuo anual de quase 10%, as importações de trigo se tornam mais atrativas, segundo Bento. Esse movimento amplia a concorrência com o produto nacional e tende a manter os preços domésticos acomodados nas próximas semanas.

Fonte: Portal do Agronegócio

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