O comportamento dos preços esteve ligado à expectativa em torno dos chineses
Agrolink - Leonardo Gottems
O mercado internacional de soja registrou um dia de recuo nas cotações, influenciado pelo baixo ritmo de vendas externas e pela ausência de novos negócios com a China. O movimento refletiu a cautela dos investidores em um cenário de liquidação tanto no setor de grãos quanto no mercado financeiro. A falta de sinais de retomada imediata das compras chinesas pesou sobre as negociações.
Segundo a TF Agroeconômica, o contrato de janeiro fechou em queda de 0,86 por cento, enquanto março recuou 0,70 por cento. Além disso, o farelo para dezembro caiu 1,05 por cento e apenas o óleo registrou alta de 0,58 por cento.
O comportamento dos preços esteve ligado à expectativa em torno das aquisições chinesas, que, de acordo com análise citada pela consultoria, precisariam alcançar ritmo diário de duzentas e cinquenta mil toneladas até o fim do ano para cumprir o volume anunciado após a reunião entre os governos de Estados Unidos e China. Sem confirmações de negócios no início da semana, prevaleceu a realização de lucros.
Nesse contexto, a TF Agroeconômica avalia que os compromissos de vendas acumuladas seguem 37,6 por cento abaixo do ano passado, ainda sem a presença oficial da China entre os destinos devido ao atraso dos relatórios. Os embarques, que refletem o fluxo efetivo de exportação, estão 45,61 por cento inferiores ao mesmo período do último ano comercial. No Brasil, o avanço final do plantio e as estimativas de safra recorde mantidas pelas consultorias pressionam ainda mais as cotações em Chicago, reforçando um ambiente de preços fragilizado.