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13-09-2024

Moagem de cana no Centro-Sul registra queda em agosto, mas safra segue com avanço acumulado

As unidades produtoras da região Centro-Sul do Brasil processaram 45,07 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na segunda quinzena de agosto, representando uma queda de 3,25% em comparação com as 46,58 milhões de toneladas registradas no mesmo período da safra 2023/2024. No acumulado desde o início da safra 2024/2025 até 1º de setembro, a moagem totalizou 422,61 milhões de toneladas, o que indica um crescimento de 3,93% em relação ao ciclo anterior.

Até o final de agosto, 258 unidades produtoras estavam em operação na região, sendo 239 focadas no processamento de cana-de-açúcar, nove dedicadas à produção de etanol a partir do milho e dez usinas flex.

Em relação à qualidade da matéria-prima, o índice de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana-de-açúcar atingiu 155,34 kg na segunda quinzena de agosto, um aumento de 0,92% em comparação com o ciclo anterior. No acumulado da safra, o ATR ficou em 137,27 kg, registrando uma leve alta de 0,02%.

Produção de açúcar e etanol segue padrões mistos

A produção de açúcar alcançou 3,26 milhões de toneladas na segunda metade de agosto, uma redução de 6,02% em relação ao mesmo período do ciclo anterior. No entanto, desde o início da safra, a produção acumulada chegou a 27,17 milhões de toneladas, um crescimento de 3,90% em comparação ao ano passado.

De acordo com Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da UNICA, a proporção de cana destinada à produção de açúcar caiu para 48,85% na segunda quinzena de agosto, em comparação com 50,75% no mesmo período de 2023.

A produção de etanol nas unidades do Centro-Sul também apresentou variação. Foram fabricados 2,45 bilhões de litros na segunda quinzena de agosto, com destaque para o etanol hidratado, que registrou crescimento de 10,27%, totalizando 1,56 bilhão de litros. Já o etanol anidro, utilizado na mistura com a gasolina, apresentou uma leve queda de 0,14%, com 888,93 milhões de litros. No acumulado da safra, a produção de etanol totalizou 20,46 bilhões de litros, um avanço de 7,14%.

Impactos das queimadas nas lavouras

Rodrigues destacou que os dados de produção de agosto ainda não refletem totalmente os impactos das queimadas nas lavouras do Centro-Sul, especialmente em São Paulo, onde os incêndios foram mais intensos a partir do dia 22. Segundo levantamento da UNICA, cerca de 231,83 mil hectares de cana foram afetados pelas chamas no estado, sendo 132,04 mil hectares de lavouras ainda não colhidas e 99,79 mil hectares em áreas já colhidas ou de cana-planta.

O executivo explicou que os prejuízos causados pelo fogo variam conforme a área atingida, podendo incluir a necessidade de novos tratamentos culturais, como fertilização e controle de ervas daninhas, além da perda de qualidade da cana nas áreas não colhidas. Isso deve impactar negativamente a produção de açúcar e o rendimento agrícola.

Produção de etanol de milho cresce significativamente

Do total de etanol produzido em agosto, 14% foram fabricados a partir do milho, com um volume de 348,63 milhões de litros, um aumento expressivo de 47,39% em relação ao mesmo período do ano anterior. Desde o início da safra, a produção de etanol de milho acumulou 3,13 bilhões de litros, um crescimento de 26,92%.

Vendas de etanol mostram crescimento

Em agosto, as vendas de etanol somaram 3,06 bilhões de litros, um aumento de 3,76% em comparação ao ano passado. O etanol hidratado registrou um crescimento de 6,81%, totalizando 1,93 bilhão de litros, enquanto o etanol anidro apresentou uma leve queda de 1,03%, com 1,14 bilhão de litros vendidos.

No mercado interno, as vendas de etanol hidratado cresceram 11,16% em agosto, enquanto o anidro apresentou retração de 3,33%. Segundo Rodrigues, o mercado de etanol hidratado segue em ritmo aquecido, sendo economicamente mais vantajoso para o consumidor em 70% dos mercados de combustíveis leves no Brasil.

Mercado de CBios segue em alta

Até 9 de setembro, a B3 registrou a emissão de 28,73 milhões de créditos de descarbonização (CBios) pelos produtores de biocombustíveis. Esse volume representa cerca de 83% da meta do Programa para o ano de 2024, consolidando o avanço na emissão e comercialização de créditos.

Fonte: Portal do Agronegócio

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