As vendas de café da safra 2024/25 no Brasil atingiram 70% do total colhido, registrando um avanço de oito pontos percentuais em relação ao levantamento anterior. O ritmo das negociações tem se mostrado superior ao mesmo período do ano passado, quando 64% da safra havia sido vendida, e ligeiramente acima da média dos últimos cinco anos para o período (67%), segundo dados divulgados nesta segunda-feira (18) pela consultoria Safras & Mercado.
O consultor Gil Barabach apontou que os cafeicultores brasileiros têm adotado uma estratégia de vendas escalonadas, aproveitando momentos de valorização nos preços, o que tem gerado resultados financeiros positivos. "A alta no mercado interno, impulsionada pela valorização internacional e pelo dólar elevado, tem sido o principal estímulo para os produtores", explicou.
Exportações e Resultados da Safra Atual
Outubro marcou um recorde histórico nas exportações de café brasileiro, consolidando a posição do país como maior produtor e exportador mundial, segundo o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé). Embora a necessidade de caixa para cobrir custos de colheita tenha influenciado o aumento das vendas nos últimos meses, as chuvas recentes e as "floradas vistosas" para a safra 2025/25 também contribuíram para as decisões de comercialização.
O café arábica foi o destaque, com 67% da produção vendida, superando os 60% do mesmo período do ano anterior e a média de cinco anos (64%). Já o café canéfora (robusta/conilon) apresentou um bom desempenho, com 76% da produção comercializada, embora em ritmo mais lento que o arábica.
Apesar disso, a consultoria observou uma redução na presença de vendedores no mercado, reflexo da valorização externa e da incerteza sobre a economia e a próxima safra.
Safra 2025/26 e Comercialização Antecipada
Para o ciclo 2025/26, a comercialização antecipada permanece em ritmo mais lento. A Safras & Mercado estima que cerca de 11% do potencial produtivo já foi negociado, com o arábica representando 16% desse volume. Esses índices estão abaixo do mesmo período do ano passado, quando as fixações correspondiam a 25% da safra, e da média dos últimos três anos, que foi de 21%.
Ainda sem divulgar um volume estimado para a próxima safra, a Safras indicou que a cautela dos produtores está atrelada às incertezas climáticas e econômicas. Já a consultoria StoneX projetou uma produção de 65,6 milhões de sacas de 60 kg para 2025/26, um leve recuo de 0,4% em relação ao ciclo anterior.
Com um cenário de preços elevados e dúvidas sobre a próxima colheita, os cafeicultores brasileiros mantêm uma postura cautelosa, equilibrando estratégia e condições de mercado para maximizar resultados.
Fonte: Portal do Agronegócio